Links

OPINIÃO

Rivoli.Foto:pmt. Cortesia: Galleria Continua" data-lightbox="image-1">
Pascale Marthine Tayou, “Le Grand Grenier”, 2008. Vista da instalação: “50 Lune di Saturno”, T2 Torino Triennale, Castello di Rivoli.Foto:pmt. Cortesia: Galleria Continua


Barthélèmy Toguo, “The shame”, 2006. Performance com Marie Denis (FRAC, Marseille). Cortesia: B. Toguo


Barthélèmy Toguo, “The ballet”, 2008. 130 x 208 cm. Cortesia: Mario Mauroner Contemporary Art Viena e do artista


Samuel Fosso, “Autoportrait, "African Spirits", L_002802”, 2008. Impressão de gelatina e prata montada em Dibond
Medium. 72 x 96 cm. Cortesia: Galerie Jean Marc Patras


Barthélèmy Toguo, “Terre promise”, 2001-2008. “Emergency Exit, Le Lieu unique”, Nantes. V Bienal S. Tomé e Príncipe. Cortesia: CIAC/ Bienal STP. Foto: Inês Gonçalves. Cortesia: Mario Mauroner/Artista


Barthélèmy Toguo, “Terre promise”, 2001-2008. “Emergency Exit, Le Lieu unique”, Nantes. V Bienal S. Tomé e Príncipe. Cortesia: CIAC/ Bienal STP. Foto: Inês Gonçalves. Cortesia: Mario Mauroner/Artista


Bandjoun Station . © Barthélèmy Toguo


Sementeira de café, Bandjoun Station. © Barthélèmy Toguo


Barthélèmy Toguo em Bandjoun Station. © Barthélèmy Toguo


Benoît Fossouo, “Instalação à beira da estrada internacional que liga Bandjoun a Douala”. Foto: M. Mestre


Benoît Fossouo, “Instalação à beira da estrada internacional que liga Bandjoun a Douala”. Foto: M. Mestre


Benoît Fossouo, “Instalação à beira da estrada internacional que liga Bandjoun a Douala”. Foto: M. Mestre


Atelier da Residência MTN Foundation. Bonendale. Foto: M. Mestre


Venda de crédito para telemóveis MTN. Bandjoun. Foto: M. Mestre


ArtBakery. Bonendale. Foto: ArtBakery


Joël Mpah Dooh. Dessins. Plexiglass, ferro. Cortesia do artista


Joseph Sumégné, “La Nouvelle Liberté”. Douala (Deido)”. Cortesia: Doual’art


“La Pagode” (antigo palácio da família Manga Bell, Douala (Bonanjo). Foto: M. Mestre


Didier Schaub (director artístico de Doual’art), Douala (Bonanjo). Foto: M. Mestre


Instalação de Younès Rahmoun no espaço Doual’art, Douala. Foto: M. Mestre

Outros artigos:

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES



MARTA MESTRE

2009-03-24




FUI LÁ VISITAR ARTISTAS...

Viajar pelos Camarões é arquivar imagens que simultaneamente deslumbram e crispam o olhar, porque jamais a “justa medida” da nossa moldura europeia, aquela que Winckelmann encontrou na simplicidade e na nobreza das ruínas gregas (passando a circunscrever os limites futuros da apreciação estética), se ajusta aos quadros que temos pela frente. Localizado no Golfo da Guiné, mesmo no centro de África, entre o Congo e o Gabão, a Sul, e a Nigéria, a Norte, o país é marcado pelo mar, o deserto, e o clima equatorial, o que contribui para aquilo que os roteiros turísticos caracterizam como: “uma África em concentrado”, onde 280 línguas correspondem ao mesmo número de etnias.

Considerado o país mais corrupto do mundo, explorado intensamente pelas multinacionais, delapidado nos seus recursos naturais, detentor de uma taxa de HIV alarmante, e uma descredibilização generalizada no poder político, não deixamos, no entanto, de sentir o frenesim necessário para a mudança. Apesar da contribuição que os Camarões deu para o fim dos colonialismos nos anos 60 (lideres, grupos políticos, lutas, mártires, etc.) os camaroneses têm ainda pela frente a segunda etapa da independência, contra o governo ditador de Paul Biya.



UM PÉ DENTRO E UM PÉ FORA

Uma característica recente na prática profissional dos artistas em África é a reunião simultânea das competências dos artesãos com o novo vocabulário da arte contemporânea. As competências profissionais aplicam-se em simultâneo nas fronteiras do institucional e do quotidiano, da arte profissional e da arte não-profissional. Esta simultaneidade leva-nos a estabelecer uma analogia com os homens da etnia bamiléké que, para além do “emprego fixo” no mercado, têm ainda a render táxis, fotocopiadoras, terreno de cultivo, ou negócios de animais. A condição profissional dos artistas assenta igualmente nesta versatilidade: é-se “artesão” e “artista contemporâneo africano” e na maior parte das vezes, a obra acusa o compromisso inevitável de um “portfolio” misto. Entre as vendas que asseguram a sobrevivência e a linguagem independente que ensaia novos territórios.

Nos Camarões, o circuito da arte é pequeno. Os contextos artísticos de Douala, Bonendale, Bandjoun Station e Yaoundé não bastam para cumprir os palcos e as agendas curatoriais da arte contemporânea internacional. Por isso os programadores e os artistas circulam no exterior, entre Dakar e Paris, Amesterdão e Londres, Nova Iorque ou Joanesburgo, e organizam iniciativas que promovam a vinda de gente de fora, e a mobilização apoios ocidentais ao desenvolvimento. Os artistas da diáspora, por outro lado, desempenham um papel fundamental na projecção do país no mapa da arte contemporânea. Quando Samuel Fosso, Barthélèmy Toguo, Goody Leye ou Pascale Marthine Tayou expõem no Palais de Tokyo, no Moderna Musset, no Baltic, na Feira de Miami, na Serpentine Gallery, ou na Bienal de São Paulo, os curadores e galeristas internacionais prolongam as pesquisas no terreno, à procura de novos “toguos”, “fossos”, “tayous”, com a esperança de repetir o mediático efeito “áfrica”.

Com grande expectativa, porém, surgem investimentos no país, por parte dos artistas da diáspora. Nos últimos cinco anos têm aparecido espaços e projectos de intervenção social e cultural dinamizados por Barthélèmy Toguo, Goody Leye ou Joel Mpah Doph. Como Ulisses que volta a Ítaca, os artistas regressam depois da “viagem”, restabelecem laços e constroem casas. O traço comum é o facto de falarem do seu país como uma realidade vista simultaneamente de fora e de dentro, e de si mesmos como pertencentes ali e a muitos lugares, sintoma do alargamento das redes de construção da identidade. Como Ulisses que chega, e Argos o cão reconhece, assim são os artistas, no jogo dos vários papéis da diáspora – migrantes, emigrantes, imigrantes – simultaneamente Ulisses e o cão.



A TERRA PROMETIDA DE BARTHÉLEMY TOGUO

Em 2001, o artista camaronês Barthélèmy Toguo apresentou a instalação “Terre Promise”, uma pista de aviões inundada de pedras e lixo que perturbavam as aterragens e as descolagens. O título ridicularizava o Ocidente como imagem da realização individual e do sucesso, jamais Terra Prometida. Nesta instalação, como numa importante parte da sua obra (a série “Transit”, p.ex.), Toguo expressa o constrangimento à mobilidade de sujeitos, e o desenraizamento do tema africano relativamente à história europeia. “Terre Promise” pode ser lida como a encenação satírica da “Jerusalém” da diáspora e dos artistas: uma alusão à “via sacra” da burocracia, dos vistos, dos papéis, das fronteiras que dividem, da corrupção entranhada nos hábitos.

Para um europeu, chegar aos Camarões torna-se um idêntico calvário, mas numa outra ordem de etapas. Neste caso estamos mais perto da “Terre Promise” que Toguo propôs na Bienal de São Tomé e Príncipe, em 2008. Tratou-se do mesmo dispositivo, mas completamente coberto de uma película fina e brilhante de alumínio. Ou seja, apesar dos semelhantes obstáculos que têm início logo nas embaixadas da Europa, há um “brilho” na vontade infantil, exótica, e tendencialmente ocidental, por África.

Barthélèmy Toguo, o artista camaronês mais internacional, é considerado um dos mais importantes artistas franceses da contemporaneidade (devido à sua dupla nacionalidade). Com um percurso artístico notável revelado em projectos e exposições ímpares no contexto da arte contemporânea (“África Remix”, Baltic, Palais de Tokyo, Drawing Center, Biennale de Lyon, Bienal de Guangzhou, Migrateurs, La Criée, etc.), o seu trabalho explora a multiplicidade de suportes e média (performance, pintura, instalação, cerâmica, escultura, etc.) em torno dos efeitos estéticos da montagem. A beleza e o sofrimento têm atravessado com maior persistência a pesquisa de Barthélèmy Toguo (com especial atenção para a singularidade das performances). A reflexão crítica sobre as condições de produção e difusão da arte contemporânea africana é outro plano capital de Barthélèmy Toguo. Foi neste sentido, que recusou o convite que lhe foi endereçado por Simon Njami e Fernando Alvim para integrar o Pavilhão Africano da 52ª Bienal de Veneza, reclamando um distanciamento ético face ao projecto do pavilhão.



BANDJOUN STATION: INVERTER PAPÉIS

Vamos a caminho de Bandjoun Station no Oeste camaronês, onde se situa o projecto cultural de Barthélèmy Toguo. Ainda na estrada internacional avista-se o edifício em altura, no meio da vegetação densa dos planaltos. Basta perguntar pela “maison à étages”, analogia imprevista com Petit à Petit, um filme de Jean Rouch, em que um dos personagens decide construir um verdadeiro “building” nas margens do rio Níger.
O edifício principal de Bandjoun Station é sincrético na composição dos elementos arquitectónicos, escultóricos e decorativos, já que integra elementos da cultura local bamiléké (a decoração animalista da fachada, a cobertura metálica), formas de construção contemporâneas (o betão, o cimento, os revestimentos industriais), uma aparência bulding up permanente, e uma forte marca autoral, através da introdução do bestiário de B. Toguo. Signos animais e vegetalistas a par de elementos apotropáicos que protegem e vigiam a “casa do mundo”.

O projecto de Bandjoun Station é composto de quatro valências: “House”, “Visual Arts”, “Agriculture Project” e “Educational Project”, e promove as vertentes pedagógica, cultural, agrícola, médica, formativa. Em entrevista, B. Toguo refere: “É principalmente o Ocidente que expõe a criação africana contemporânea e que detém um olhar institucional sobre a produção”, e acrescenta que Bandjoun Station pretende por isso “ser uma resposta à falta de projectos culturais no continente”. Os sete hectares de terreno na paisagem de Bandjoun constituem vertente agrícola do projecto artístico. Pretendem tornar-se laboratórios de integração ambiental, através da cultura intensiva do café, permitindo a manutenção de uma agricultura autóctone, e de uma ligação da comunidade à terra. Para B. Toguo não se trata de ter mais uns hectares para plantar, é preciso promover a consciência da riqueza natural dos Camarões e o seu usufruto pelas populações: “um acto crítico que amplifica o acto artístico e denuncia aquilo de que Senghor falava, a deteriorização das condições de troca onde os preços de exportação impostos pelo Ocidente penalizam e empobrecem os agricultores do Sul”.

Uma questão igualmente central no contexto cultural da região é a ampliação do património. Até agora restrito aos acervos históricos das chefferies, um novo conjunto de trabalhos contemporâneos adquiridos por B. Toguo irá dinamizar novas relações com os públicos, especialmente o público escolar. Obras visuais e sonoras de Benoît Fossouo (1), Roni Horn, Zwelethu Mthetwa, Fela Anikulaputi, Laurie Anderson, Orlan, Joel Mpah Dooh, Souleymane Sissé, Moreira, Cuco Zuarez, Baltazar Torres, Philippe Starck, Alpha Blondy, Marcel Dzama, Marlise Bété, Peter Doïg, Carolee Schneemann, Miriam Makeba, Joachen Gerz, Alpha Blondy, Peter Rusam, Timo Dentler, entre outros, constituirão uma base que será ampliada e exposta regularmente. A energia de Toguo e dos seus colaboradores é inesgotável para pôr de pé Bandjoun Station. Ali trabalho nunca pára, até porque a noite cai muito cedo nos altos planatos bamiléké. Ouve-se música do outro lado da estrada. É makossa que vem do bar de Blanco, o preto mais branco de Bandjoun. Não há cerveja nem gelada nem fria. Serve-se morna e em garrafas de litro. Estamos no Oeste dos Camarões, e nem sempre há corrente eléctrica que refrigere as arcas frigoríficas.



NAS MARGENS DO RIO WOURRI…A RESIDÊNCIA MTN FOUNDATION

Bonandale fica a 10 km de Douala e não é fácil de encontrar. Por todo o país, as estradas asfaltadas “do tempo dos franceses” esboroam-se de dia para dia, à sombra da corrupção insistente da polícia. Para encontrar a residência MTN, em Bonendale, é preciso perguntar pela “village d’artistes” e sacrificar a suspensão do carro, antes de chegar às margens do Rio Wourri. Foi Joël Mpah Dooh o primeiro a sair do caos de Douala para se “fixar num local mais próximo da natureza”. Actualmente, para além de Joël, também Goody Leye (que dinamiza o projecto “Art Bakery”), Louise Epée, Salifou Lindou, Jules Wokam vieram e fixaram-se. A “village d’artistes” é uma rede informal de colaboração que integra o trabalho de cada artista e os seus projectos culturais. “A vinda dos artistas para este local foi uma resposta ética e política, em recusa com as formas de trabalhar e habitar a cidade”, diz-nos Joël enquanto nos mostra os espaços da residência MTN Foundation, projecto que dinamiza e que é apoiado pelo grupo MTN, uma multinacional de telecomunicações com presença fortíssima no Médio Oriente e no continente africano, da Costa do Marfim até à África do Sul.

A funcionar desde 2006, a residência MTN promove uma interacção entre os artistas e o meio geográfico, procurando as formas de produção necessárias para a concretização dos projectos individuais. Proporciona ainda a exposição de cada projecto em Douala, contribuindo para a promoção da arte emergente nos Camarões. Durante a visita que realizámos aos espaços surge a oportunidade de perguntar qual a opinião de Joël, artista que começou nos anos 90, sobre a inserção dos jovens artistas no circuito africano e internacional, Dakar, Joanesburgo, Cairo, Luanda, São Paulo, EUA, China? Joël Mpah Dooh parece não estar interessado, e justifica: “Tivemos a Revue Noire, nos anos 90, que lançou nomes no mercado. Foi uma euforia que transformou o modo como nos sentíamos artistas, e artistas africanos, e agora andamos todos a lamentar a necessidade de escolas especializadas que reforcem a formação, porque durante anos andámos somente interessados na resposta ao mercado”. É a partir desta reflexão, que o projecto residência MTN Foundation quer desenvolver a vertente formativa, e preencher as lacunas no ensino camaronês que não dispõe de nenhuma formação superior na área.



VIAGEM AOS CONFINS DE UMA CIDADE... DOUALA

Os 10 km que distanciam Bonendale e Douala fazem-se em marcha muito lenta e incerta. Os carros tentam evitar os grandes buracos de uma estrada polvilhada de águas estagnadas e adensam-se à entrada da cidade onde está “La Nouvelle Liberté”, a escultura de doze metros do artista Joseph Sumégné. Ainda que uma analogia irónica aproxime esta escultura à Estátua da Liberdade, ou que a maioria das pessoas viaje até Douala para singrar na vida, a cidade não é mais que um “el-dourado” negro de miséria, doenças, e formas de vida primárias, semelhantes às que Louis Ferdinand Céline relata no início do séc. XX. O escritor francês descreve Douala como a enferma “Fort Gono” em Voyage au Bout de la Nuit, cidade-metáfora de doenças venéreas, delírios e encontros sexuais entre brancos e mulheres pretas. Para lá deste quadro, Douala é uma cidade extraordinariamente viva, palco de permanentes mutações espaciais, sociais, relacionais, ou políticas. À semelhança das suas congéneres africanas, a cidade formal e a cidade informal coabitam, num movimento que permanentemente arruma e desarruma as etnias, culturas, nacionalidades, e religiões. São dois milhões e meio de pessoas, de toda a parte do país e do continente, e que habitam em Akwa, Bonanjo, Bali, Bonaberi, Denver-Santa Barbara, La Zone Bassa, New Bell... cento e vinte bairros que formam a malha urbana da cidade. Douala é um dos tipos de cidades do hemisfério Sul de que fala Rem Koolhas, a propor novos modelos urbanísticos, e novas formas de organização do sector informal. Cidade em trânsito nas suas formas e conteúdos, permite-nos experienciar a vida num mundo deslocado, um “cosmopolitismo vernacular” (Homi Bhabha), dentro e fora dos Camarões e de África.



A CIDADE COMO LABORATÓRIO: DOUAL’ART

É a partir da cidade, e muito particularmente do seu entendimento como um organismo vivo, que foi pensado o projecto Doual’Art, centro de arte contemporânea, que tem vindo a centralizar boa parte da programação cultural e artística da cidade, e que se define como um laboratório de pesquisa sobre as questões urbanas. É Didier Schaub, director artístico, que nos recebe e mostra os espaços, enquanto fala da história da organização, que dirige com Marilyn Douala Bell: “O espaço era um antigo cinema que recuperámos em 1991, e hoje é uma galeria que acolhe várias iniciativas: exposições, workshops, actividades pedagógicas, acções de formação, etc”. Em exposição está uma instalação do artista marroquino Younès Rahmoun, com curadoria de Abdellah Karroum, e a próxima, da dupla francesa de artistas Art Orienté Objet.

O tipo de projectos da organização Doual’Art relaciona-se com “engenharia social”, centrando as acções nos bairros de Douala, e estabelecendo projectos com as diversas comunidades. “SUD, Salon Urbain de Douala” é um dos projectos que decorre da experiência continuada nos bairros da cidade, e consiste numa apresentação bienal de arte pública, precedida por um encontro internacional de curadores: Arts et Urbis. Em 2009, nomes como Arno van Roosmalen, Ngoné Fall, Simon Njami, Jérôme Sans, Edgar Pieterse, ou o artista camaronês Pascale Marthine Tayou debaterão a cidade e as suas relações com a água, conceito base do SUD 2010. Um dos artistas que realizará um projecto para 2010 é Hervé Yamguem, “artista da casa”, que representa a jovem geração de artistas camaroneses. “Mots Écrits”, título do projecto de Yamguem será uma colaboração com os jovens rappers do bairro de New Bell para apresentar à cidade e está em fase de produção.



IT’S NEW – BELL, CAMARADE!!

New Bell é o bairro com o maior número de imigrantes da cidade, e também o mais conflituoso. Mulçumanos rezam orientados para Meca ao lado de grupos de homens em festa, semi-embriagados. As ruas e os cruzamentos são ocupadas ao milímetro por grupos de jovens que aguardam clientes para transportar, e fazer o dinheiro do dia. Ouve-se o “Pst, Pst” na boca dos rapazes das moto-taxi e das “pousse-pousse”, carrinhos de mão que transportam mercadorias de um lado para o outro. Uma viagem de mota custa 50 cêntimos, e pode ser negociada segundo a distância.

Duas divisões que servem também de atelier aberto ao bairro de New Bell fazem a casa de Hervé Yamguem. Os ritmos dos jovens rappers inspiram Yamguem a trabalhar o tema proposto: “C’est le sauvetage./ Ils fanam de gauche à droite./ Le combat est rude./ L’eau est un miroir du monde”. Moctomoflar, rapper que colabora com o artista explica: “A água aqui no bairro é muito preciosa e por isso há conflitos entre os muçulmanos que gastam água nas orações, e as mamãs desesperadas com falta de água para os filhos”. O objectivo do projecto “Mots Écrits” é a construção de um grande mural colectivo que integre o processo de trabalho desenvolvido ao longo dos meses para integrar o património edificado da cidade: palavras e imagens a falar de New Bell.


+


Durante o mês em que visitei os Camarões assinalaram-se vários acontecimentos a nível mundial nos meios de comunicação. Em África, na República Democrática do Congo, os conflitos agudizavam-se, anunciou-se a morte da sul-africana Miriam Makeba, cantora e activista dos direitos humanos; no Mundo, os governantes das potencias económicas mundiais reuniam-se para definir um plano estratégico contra a crise financeira, e Barak Obama ganhava as eleições norte-americanas. Esta breve agenda internacional, que apenas inclui as grandes manchetes dos dias, não deixa de ser sintomática da imagem de África que circula no espaço ocidental. Quer atentemos na natureza intrínseca de cada um dos acontecimentos enumerados, ou os tomemos como um todo, África é transmitida como uma imagem sobredeterminada. Quer isto dizer, um lugar capaz de plasmar a abundância dos discursos que circulam, os desígnios para o continente, e as situações de natureza traumática.

Dentro e fora, na disseminada geografia que a designa, África tem sido um espaço de ambivalência que ainda polariza questões fundamentais como os direitos humanos, a igualdade racial, o apartheid, a subalternidade, a hibridização, a mixagem, a deslocação de pessoas e culturas. No decorrer das eleições norte-americanas, por exemplo, victória de Barack Obama voltou a ter no centro dos debates as questões da raça e da classe, dos Cultural Studies dos anos 1970. É sobre este aspecto demonstrativo a justeza das palavras do historiador indiano Sarat Maharaj, quando alerta para o facto de estarmos a cair num “espectáculo do discurso”.

No plano artístico e cultural, temos vindo a assistir a um recente volte-face deste grande discurso, posto à prova por curadores e programadores de iniciativas de enorme visibilidade. Numa consciência firme de refundação dos princípios, promovem-se agora “pausas reflexivas”, e “vazios”, como é o caso da última edição da Bienal de São Paulo, mas igualmente o tom das propostas da 9ª Bienal de Sharjah, da 4ª Tate Triennial, e os debates e fóruns afectos a estes eventos, que colabora para testemunhar o estado crítico de um determinado sistema artístico e a sua inoperatividade.
O que se prevê no futuro? É possível, tal como propõem os curadores e os artistas, “parar para reflectir”?

Num futuro muito breve há que mobilizar linhas de orientação “desaceleradas” em espaços fora da macro-escala, trabalhar as especificidades (no caso do modelo das bienais), e convocar formas de criação e produção que amplifiquem a experiência. Ao que parece não estamos muito longe das estratégias “regionais” que temos vindo a referir, como Bandjoun Station, Doual’Art, a Residência MTN Foundation, etc., protagonizadas por artistas que triunfam na esfera internacional e que actuam na escala local, rasurando hiatos.



Marta Mestre
Historiadora de arte pela FCSH-UNL, mestre pela Université d’Avignon, actualmente é doutoranda na FCSH-UNL e EHESS (Paris). Programou a actividade cultural do Centro de Artes de Sines (2005-07) e tem trabalhado regularmente em crítica e curadoria de arte contemporânea.



NOTAS

(1)Benoît Fossouo é um artista outsider, praticamente desconhecido que habita e trabalha à saída de Bandjoun, na estrada internacional em direcção a Douala. O seu trabalho, espécie de “primitivismo autodidacta” (Jean-Loup Amselle) caracteriza-se por uma pesquisa de signos da natureza e da cultura baseada na caligrafia (inscrições a partir do seu nome, com as cores das decorações das casas bamiléké), na assemblage de objectos encontrados (com recurso à feitiçaria local), ou na criação de “lugares” (a “banca de venda de frutas”, o “ninho de ovos”, a “passagem secreta” para armazenar comida e material). Profeta africano, na senda de um Frédéric Bruly Bouabré (Costa do Marfim), ou Paulo Capela (Angola).