Links

O ESTADO DA ARTE


The Key in The Hand, de Chiharu Shiota. Fotografia: Georgina Fernandes


The Key in The Hand, de Chiharu Shiota. Fotografia: Georgina Fernandes


They come to Us without a Word, Joan Jonas. Fotografia: Georgina Fernandes


They come to Us without a Word, Joan Jonas. Fotografia: Georgina Fernandes


I SCREAM DADDIO, Sarah Lucas. Fotografia: Georgina Fernandes


I SCREAM DADDIO, Sarah Lucas. Fotografia: Georgina Fernandes


Untitled Trumpet (2015), Katharina Grosse. Fotografia: Georgina Fernandes


Untitled Trumpet (2015), Katharina Grosse. Fotografia: Georgina Fernandes


My Epidemic (Small Bad Blood Opera) (2015), Lili Reynaud Dewar. Fotografia: Georgina Fernandes


My Epidemic (Small Bad Blood Opera) (2015), Lili Reynaud Dewar. Fotografia: Georgina Fernandes


My Epidemic (Small Bad Blood Opera) (2015), Lili Reynaud Dewar. Fotografia: Georgina Fernandes


Concertino Unisono, Michael Stabb

Outros artigos:

2024-04-23


ÁLBUM DE FAMÍLIA – UMA RECORDAÇÃO DE MARIA DA GRAÇA CARMONA E COSTA
 

2024-03-09


CAMINHOS NATURAIS DA ARTIFICIALIZAÇÃO: CUIDAR A MANIPULAÇÃO E ESMIUÇAR HÍPER OBJETOS DA BIO ARTE
 

2024-01-31


CRAGG ERECTUS
 

2023-12-27


MAC/CCB: O MUSEU DAS NOSSAS VIDAS
 

2023-11-25


'PRATICAR AS MÃOS É PRATICAR AS IDEIAS', OU O QUE É ISTO DO DESENHO? (AINDA)
 

2023-10-13


FOMOS AO MUSEU REAL DE BELAS ARTES DE ANTUÉRPIA
 

2023-09-12


VOYEURISMO MUSEOLÓGICO: UMA VISITA AO DEPOT NO MUSEU BOIJMANS VAN BEUNINGEN, EM ROTERDÃO
 

2023-08-10


TEHCHING HSIEH: HOW DO I EXPLAIN LIFE AND CHANGE IT INTO ART?
 

2023-07-10


BIENAL DE FOTOGRAFIA DO PORTO: REABILITAR A EMPATIA COMO UMA TECNOLOGIA DO OUTRO
 

2023-06-03


ARCOLISBOA, UMA FEIRA DE ARTE CONTEMPORÂNEA EM PERSPETIVA
 

2023-05-02


SOBRE A FOTOGRAFIA: POIVERT E SMITH
 

2023-03-24


ARTE CONTEMPORÂNEA E INFÂNCIA
 

2023-02-16


QUAL É O CINEMA QUE MORRE COM GODARD?
 

2023-01-20


TECNOLOGIAS MILLENIALS E PÚBLICO CONTEMPORÂNEO. REFLEXÕES SOBRE A EXPOSIÇÃO 'OCUPAÇÃO XILOGRÁFICA' NO SESC BIRIGUI EM SÃO PAULO
 

2022-12-20


VENEZA E A CELEBRAÇÃO DO AMOR
 

2022-11-17


FALAR DE DESENHO: TÃO DEPRESSA SE COMEÇA, COMO ACABA, COMO VOLTA A COMEÇAR
 

2022-10-07


ARTISTA COMO MEDIADOR. PRÁTICAS HORIZONTAIS NA ARTE E EDUCAÇÃO NO BRASIL
 

2022-08-29


19 DE AGOSTO, DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA
 

2022-07-31


A CULTURA NÃO ESTÁ FORA DA GUERRA, É UM CAMPO DE BATALHA
 

2022-06-30


ARTE DIGITAL E CIRCUITOS ONLINE
 

2022-05-29


MULHERES, VAMPIROS E OUTRAS CRIATURAS QUE REINAM
 

2022-04-29


EGÍDIO ÁLVARO (1937-2020). ‘LEMBRAR O FUTURO: ARQUIVO DE PERFORMANCES’
 

2022-03-27


PRATICA ARTÍSTICA TRANSDISCIPLINAR: A INVESTIGAÇÃO NAS ARTES
 

2022-02-26


OS HÁBITOS CULTURAIS… DAS ORGANIZAÇÕES CULTURAIS PORTUGUESAS
 

2022-01-27


ESPERANÇA SIGNIFICA MAIS DO QUE OPTIMISMO
 

2021-12-26


ESCOLA DE PROCRASTINAÇÃO, UM ESTUDO
 

2021-11-26


ARTE = CAPITAL
 

2021-10-30


MARLENE DUMAS ENTRE IMPRESSIONISTAS, ROMÂNTICOS E SUMÉRIOS
 

2021-09-25


'A QUE SOA O SISTEMA QUANDO LHE DAMOS OUVIDOS'
 

2021-08-16


MULHERES ARTISTAS: O PARADOXO PORTUGUÊS
 

2021-06-29


VIVER NUMA REALIDADE PÓS-HUMANA: CIÊNCIA, ARTE E ‘OUTRAMENTOS’
 

2021-05-24


FRESTAS, UMA TRIENAL PROJETADA EM COLETIVIDADE. ENTREVISTA COM DIANE LINA E BEATRIZ LEMOS
 

2021-04-23


30 ANOS DO KW
 

2021-03-06


A QUESTÃO INDÍGENA NA ARTE. UM CAMINHO A PERCORRER
 

2021-01-30


DUAS EXPOSIÇÕES NO PORTO E MUITOS ARQUIVOS SOBRE A CIDADE
 

2020-12-29


TEORIA DE UM BIG BANG CULTURAL PÓS-CONTEMPORÂNEO - PARTE II
 

2020-11-29


11ª BIENAL DE BERLIM
 

2020-10-27


CRITICAL ZONES - OBSERVATORIES FOR EARTHLY POLITICS
 

2020-09-29


NICOLE BRENEZ - CINEMA REVISITED
 

2020-08-26


MENSAGENS REVOLUCIONÁRIAS DE UM TEMPO PERDIDO
 

2020-07-16


LIÇÕES DE MARINA ABRAMOVIC
 

2020-06-10


FRAGMENTOS DO PARAÍSO
 

2020-05-11


TEORIA DE UM BIG BANG CULTURAL PÓS-CONTEMPORÂNEO
 

2020-04-24


QUE MUSEUS DEPOIS DA PANDEMIA?
 

2020-03-24


FUCKIN’ GLOBO 2020 NAS ZONAS DE DESCONFORTO
 

2020-02-21


ELECTRIC: UMA EXPOSIÇÃO DE REALIDADE VIRTUAL NO MUSEU DE SERRALVES
 

2020-01-07


SEMANA DE ARTE DE MIAMI VIA ART BASEL MIAMI BEACH: UMA EXPERIÊNCIA MAIS OU MENOS ESTÉTICA
 

2019-11-12


36º PANORAMA DA ARTE BRASILEIRA
 

2019-10-06


PARAÍSO PERDIDO
 

2019-08-22


VIVER E MORRER À LUZ DAS VELAS
 

2019-07-15


NO MODELO NEGRO, O OLHAR DO ARTISTA BRANCO
 

2019-04-16


MICHAEL BIBERSTEIN: A ARTE E A ETERNIDADE!
 

2019-03-14


JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO – O JOGO DO INDIZÍVEL
 

2019-02-08


A IDENTIDADE ENTRE SEXO E PODER
 

2018-12-20


@MIAMIARTWEEK - O FUTURO AGENDADO NO ÉDEN DA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2018-11-17


EDUCAÇÃO SENTIMENTAL. A COLEÇÃO PINTO DA FONSECA
 

2018-10-09


PARTILHAMOS DA CRÍTICA À CENSURA, MAS PARTILHAMOS DA FALTA DE APOIO ÀS ARTES?
 

2018-09-06


O VIGÉSIMO ANIVERSÁRIO DA BIENAL DE BERLIM
 

2018-07-29


VISÕES DE UMA ESPANHA EXPANDIDA
 

2018-06-24


O OLHO DO FOTÓGRAFO TAMBÉM SOFRE DE CONJUNTIVITE, (UMA CONVERSA EM TORNO DO PROJECTO SPECTRUM)
 

2018-05-22


SP-ARTE/2018 E A DIFÍCIL TAREFA DE ESCOLHER O QUE VER
 

2018-04-12


NO CORAÇÂO DESTA TERRA
 

2018-03-09


ÁLVARO LAPA: NO TEMPO TODO
 

2018-02-08


SFMOMA SAN FRANCISCO MUSEUM OF MODERN ART: NARRATIVA DA CONTEMPORANEIDADE
 

2017-12-20


OS ARQUIVOS DA CARNE: TINO SEHGAL CONSTRUCTED SITUATIONS
 

2017-11-14


DA NATUREZA COLABORATIVA DA DANÇA E DO SEU ENSINO
 

2017-10-14


ARTE PARA TEMPOS INSTÁVEIS
 

2017-09-03


INSTAGRAM: CRIAÇÃO E O DISCURSO VIRTUAL – “TO BE, OR NOT TO BE” – O CASO DE CINDY SHERMAN
 

2017-07-26


CONDO: UM NOVO CONCEITO CONCORRENTE À TRADICIONAL FEIRA DE ARTE?
 

2017-06-30


"LEARNING FROM CAPITALISM"
 

2017-06-06


110.5 UM, 110.5 DOIS, 110.5 MILHÕES DE DÓLARES,… VENDIDO!
 

2017-05-18


INVISUALIDADE DA PINTURA – PARTE 2: "UMA HISTÓRIA DA VISÃO E DA CEGUEIRA"
 

2017-04-26


INVISUALIDADE DA PINTURA – PARTE 1: «O REAL É SEMPRE AQUILO QUE NÃO ESPERÁVAMOS»
 

2017-03-29


ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO CONTEMPORÂNEO DE FEIRA DE ARTE
 

2017-02-20


SOBRE AS TENDÊNCIAS DA ARTE ACTUAL EM ANGOLA: DA CRIAÇÃO AOS NOVOS CANAIS DE LEGITIMAÇÃO
 

2017-01-07


ARTLAND VERSUS DISNEYLAND
 

2016-12-15


VALORES DA ARTE CONTEMPORÂNEA: UMA CONVERSA COM JOSÉ CARLOS PEREIRA SOBRE A PUBLICAÇÃO DE O VALOR DA ARTE
 

2016-11-05


O VAZIO APOCALÍPTICO
 

2016-09-30


TELEPHONE WITHOUT A WIRE – PARTE 2
 

2016-08-25


TELEPHONE WITHOUT A WIRE – PARTE 1
 

2016-06-24


COLECCIONADORES NA ARCO LISBOA
 

2016-05-17


SONNABEND EM PORTUGAL
 

2016-04-18


COLECCIONADORES AMADORES E PROFISSIONAIS COLECCIONADORES (II)
 

2016-03-15


COLECCIONADORES AMADORES E PROFISSIONAIS COLECCIONADORES (I)
 

2016-02-11


FERNANDO AGUIAR: UM ARQUIVO POÉTICO
 

2016-01-06


JANEIRO 2016: SER COLECCIONADOR É…
 

2015-11-28


O FUTURO DOS MUSEUS VISTO DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO
 

2015-10-28


O FUTURO SEGUNDO CANDJA CANDJA
 

2015-09-17


PORQUE É QUE OS BLOCKBUSTERS DE MODA SÃO MAIS POPULARES QUE AS EXPOSIÇÕES DE ARTE, E O QUE É QUE PODEMOS DIZER SOBRE ISSO?
 

2015-08-18


OS DESAFIOS DO EFÉMERO: CONSERVAR A PERFORMANCE ART - PARTE 2
 

2015-07-29


OS DESAFIOS DO EFÉMERO: CONSERVAR A PERFORMANCE ART - PARTE 1
 

2015-06-06


O DESAFINADO RONDÒ ENWEZORIANO. “ALL THE WORLD´S FUTURES” - 56ª EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE ARTE DE VENEZA
 

2015-05-13


A 56ª BIENAL DE VENEZA DE OKWUI ENWEZOR É SOMBRIA, TRISTE E FEIA
 

2015-04-08


A TUMULTUOSA FERTILIDADE DO HORIZONTE
 

2015-03-04


OS MUSEUS, A CRISE E COMO SAIR DELA
 

2015-02-09


GUIDO GUIDI: CARLO SCARPA. TÚMULO BRION
 

2015-01-13


IDEIAS CAPITAIS? OLHANDO EM FRENTE PARA A BIENAL DE VENEZA
 

2014-12-02


FUNDAÇÃO LOUIS VUITTON
 

2014-10-21


UM CONTEMPORÂNEO ENTRE-SERRAS
 

2014-09-22


OS NOSSOS SONHOS NÃO CABEM NAS VOSSAS URNAS: Quando a arte entra pela vida adentro - Parte II
 

2014-09-03


OS NOSSOS SONHOS NÃO CABEM NAS VOSSAS URNAS: Quando a arte entra pela vida adentro – Parte I
 

2014-07-16


ARTISTS' FILM BIENNIAL
 

2014-06-18


PARA UMA INGENUIDADE VOLUNTÁRIA: ERNESTO DE SOUSA E A ARTE POPULAR
 

2014-05-16


AI WEIWEI E A DESTRUIÇÃO DA ARTE
 

2014-04-17


QUAL É A UTILIDADE? MUSEUS ASSUMEM PRÁTICA SOCIAL
 

2014-03-13


A ECONOMIA DOS MUSEUS E DOS PARQUES TEMÁTICOS, NA AMÉRICA E NA “VELHA EUROPA”
 

2014-02-13


É LEGAL? ARTISTA FINALMENTE BATE FOTÓGRAFO
 

2014-01-06


CHOICES
 

2013-09-24


PAIXÃO, FICÇÃO E DINHEIRO SEGUNDO ALAIN BADIOU
 

2013-08-13


VENEZA OU A GEOPOLÍTICA DA ARTE
 

2013-07-10


O BOOM ATUAL DOS NEGÓCIOS DE ARTE NO BRASIL
 

2013-05-06


TRABALHAR EM ARTE
 

2013-03-11


A OBRA DE ARTE, O SISTEMA E OS SEUS DONOS: META-ANÁLISE EM TRÊS TEMPOS (III)
 

2013-02-12


A OBRA DE ARTE, O SISTEMA E OS SEUS DONOS: META-ANÁLISE EM TRÊS TEMPOS (II)
 

2013-01-07


A OBRA DE ARTE, O SISTEMA E OS SEUS DONOS. META-ANÁLISE EM TRÊS TEMPOS (I)
 

2012-11-12


ATENÇÃO: RISCO DE AMNÉSIA
 

2012-10-07


MANIFESTO PARA O DESIGN PORTUGUÊS
 

2012-06-12


MUSEUS, DESAFIOS E CRISE (II)


 

2012-05-16


MUSEUS, DESAFIOS E CRISE (I)
 

2012-02-06


A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE DIGITAL (III - conclusão)
 

2012-01-04


A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE DIGITAL (II)
 

2011-12-07


PARAR E PENSAR...NO MUNDO DA ARTE
 

2011-04-04


A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE DIGITAL (I)
 

2010-10-29


O BURACO NEGRO
 

2010-04-13


MUSEUS PÚBLICOS, DOMÍNIO PRIVADO?
 

2010-03-11


MUSEUS – UMA ESTRATÉGIA, ENFIM
 

2009-11-11


UMA NOVA MINISTRA
 

2009-04-17


A SÍNDROME DOS COCHES
 

2009-02-17


O FOLHETIM DE VENEZA
 

2008-11-25


VANITAS
 

2008-09-15


GOSTO E OSTENTAÇÃO
 

2008-08-05


CRÍTICO EXCELENTÍSSIMO II – O DISCURSO NO PODER
 

2008-06-30


CRÍTICO EXCELENTÍSSIMO I
 

2008-05-21


ARTE DO ESTADO?
 

2008-04-17


A GULBENKIAN, “EM REMODELAÇÃO”
 

2008-03-24


O QUE FAZ CORRER SERRALVES?
 

2008-02-20


UM MINISTRO, ÓBICES E POSSIBILIDADES
 

2008-01-21


DEZ PONTOS SOBRE O MUSEU BERARDO
 

2007-12-17


O NEGÓCIO DO HERMITAGE
 

2007-11-15


ICONOLOGIA OFICIAL
 

2007-10-15


O CASO MNAA OU O SERVILISMO EXEMPLAR
 

O DESAFINADO RONDÒ ENWEZORIANO. “ALL THE WORLD´S FUTURES” - 56ª EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE ARTE DE VENEZA

GEORGINA FERNANDES

2015-06-06




 

89 países participantes, entre os quais 5 novas presenças (Granada, Mauritânia, Mongólia, República de Moçambique e República das Seychelles), e o regresso, depois de uma longa ausência, do Equador, das Filipinas e da Guatemala. 136 artistas, 88 deles pela primeira vez, de 53 diferentes países. Dos trabalhos expostos, 159 são novos.

 

Orientada pelo curador Nigeriano Okwui Enwezor que, 120 anos depois da primeira edição em 1895, pretende enfatizar o mote desta 56ª Bienal, “Todos os Futuros do Mundo”, injetando uma carga sócio-política bem acentuada e servindo-se do potencial da arte como canal de comunicação para mostrar como as problemáticas éticas e sociais condicionam o modo de olhar o Mundo.

 

Na La Serenissima, grande parte das exibições oficiais, tal como outras exposições e eventos que decorrem em paralelo, inundam todos os Campos (pequenas praças), as ruas, a praça de são Marcos, as ilhas Venezianas e o cerne nos Giardini e Arsenale.

 

Esta é a bienal com maior participação feminina. São as mulheres que pulverizam o visitante com momentos de frescura pelo percurso do labirinto espiralesco da exibição, que por vezes se torna enfadonho-sufocante.

 


Nos Giardini:

 

The Key in the Hand é a obra apresentada por Chiharu Shiota (nascida em Osaka 1972 e atualmente a viver em Berlim) sob a curadoria de Hitoshi Nakano (curador da Kanagawa Arts Foundation).
Um emaranhado de fios cor de sangue, entrelaçados geométrica e esteticamente com uma minúcia inebriante, de onde pende uma chuva de chaves de todas as idades, é o inevitável encanto do pavilhão Japonês. Circuitos de ADN foi o que, num coup d’oil, me pareceu ter visto ao entrar neste espaço. Seguiu-se a descoberta de que, curiosamente, há uma obra anterior da artista, que data de 2004, intitulada Dialogue From ADN.
A instalação de Shiota pede o contributo de qualquer visitante. A iconologia de uma chave, o que ela comporta, o que abriu, o que fechou, o que pode abrir. Haverá fechadura onde ainda encaixe? As chaves trazem memórias e mistérios. A artista quer acumular recordações do mundo inteiro e, em simultâneo, fazer repensar o sentido da vida. The Key in the Hand dá continuidade à obra da artista coerentemente e sem cansaço, espelhando a congruência da unicidade do ser e de todos os trilhos e escarpas que nele cicatrizam. O contributo à obra de Shiota pode ser deixado, em forma de chave, por qualquer visitante, para zarpar num dos dois barcos de madeira que acompanham a instalação.

 

They come to Us without a Word, de Joan Jonas, é um projeto apresentado pelo MIT List Visual Arts Center em cooperação com o U.S. Department of State para o pavilhão dos Estados Unidos.
Na sequência de um antigo projeto, Reanimation (apresentado como performance em 2010 no MIT), e em grande parte inspirado nos poemas do islandês, Nobel da Literatura em1955, Halldòr Laxness, They come to Us without a Word dá continuidade às palavras mágicas do autor, evocando a fragilidade da natureza e a sua rápida transformação.
Quatro salas percorridas, entre instalações de vídeo, desenhos, apontamentos escultóricos, trazem histórias de fantasmas, contadas por tradição oral em Cape Breton, Nova Escócia (descoberta pelo navegador e armador de navios português João Álvares Fagundes). Uma narrativa não linear, com vozes a ecoar repetidamente, à medida que passamos de sala para sala : «Ghosts are very much alive there, as in all parts of the world; We are haunted, the rooms are haunted.»

 


O surrealismo cómico-erótico de Sarah Lucas é o que o pavilhão britânico parece oferecer.
I SCREAM DADDIO é curada por Emma Dexter. As provocatórias esculturas de Lucas invocam questões de género, morte e sexo. Espojadas sobre objetos do quotidiano - sanitas, secretárias, cadeiras, mesas, uma máquina de lavar (em forma de ovo estrelado), uma arca frigorífica - que servem de apoio e conforto erótico às esculturas da artista.
Os cigarros colocados nos orifícios das peças, (desde o abdómen superior até aos membros inferiores) são uma provocação propositada da artista, que lembra terem sido colocados ali para o público, ainda que não sejam do agrado deste.
O amarelo (gema de ovo) banha todo o pavilhão, segundo Lucas, para o inundar com a luz do sol e o visitante de bom humor.
Este humor é necessário em toda a bienal, porque o que deveria ser um exercício retemperador acaba por ser, de uma forma geral, algo enfadonho e até mesmo penoso.

 


No Arsenal:

 

No meio de um real arsenal de obras expostas, Katharina Grosse compõe em grande escala o seu já tão característico éden de cores. O espaço utilizado é meticulosa e aleatoriamente preenchido com uma paleta de cores, degradês, sombras e luzes, provocando a sensação de entrarmos num caleidoscópio tridimensional. Servem de base ao fresco de Grosse materiais como o tecido, alumínio e terra com erva a germinar discretamente por toda a instalação. Aqui mora o paradoxo entre o real e o ilusório, entre a vida e a morte. O efeito visual, ao entrar no trabalho da artista alemã, é tão inesperado que nos coloca questões súbitas – O que se passou aqui? Onde estou?

 


Lili Reynaud Dewar, co-fundadora do jornal feminista Pétunia e mentora da escola experimental Baba, partilha o seu novo trabalho My Epidemic (Small Bad Blood Opera) sob a forma de instalação e em modo performativo no decorrer da bienal.
Literatura, música, cinema, poesia são referências que dão forma às performances e instalações da artista francesa, usando como fonte de inspiração e criação nomes como Sun Ra, Pier Paolo Pasolini, Josephine Baker e Guillaume Gustan.
Reynaud combina uma série de vídeos de uma anterior performance em que dança nua (inspirada nas coreografias de Baker) com música e textos que opõem o escritor francês Guillaume Dustan e o líder da Act-Up francesa, Didier Lestrade, relativamente às questões de sexo desprotegido e responsabilidade pessoal. Lestrade foi duramente criticado, tendo mesmo fugido de Paris quando defendeu publicamente que os portadores de HIV deviam ter práticas sexuais desprotegidas entre eles.
Esta pequena ópera de Dewar, floreada com os seus movimentos de nu charlestonescos, sublima a necessidade de debate em questões tão importantes como a profilaxia, a responsabilidade, a liberdade, a sexualidade e o ativismo por parte de cada ser.

 

Adrien Piper, nova-iorquina (a residir atualmente em Berlim) foi a artista premiada com o seu The Probable Trust Registry, uma performance interativa onde o visitante pode deslocar-se a um dos três balcões disponíveis (com assistentes e tudo!) e assinar espontaneamente uma declaração de responsabilidade moral para consigo e para com os outros!
As regras do jogo são:


I will always be too expensive to buy
I will always mean what I say
I will always do what I say I am going to do


Portanto: assinar um contrato com a artista para serem fotocopiados e documentados no APRA (Adrien Piper Research Archive), Foundation Berlin. Consideremos esta performance uma paródia ao estado geral do mundo burocratizado e à inesgotável inspiração humana ao serviço do mesmo.

 


Além da afirmativa presença feminina nas obras expostas, as mulheres destacam-se como curadoras nos eventos oficiais e não oficiais que circundam toda a bienal.

 

Na única praça da cidade, Piazza San Marco, Sílvia Guerra, portuguesa radicada em Paris há 9 anos, diretora artística do La’Bel (Laboratoire Artistique Du Groupe Bel), em conjunto com Laurent Fiévet (diretor), propõe o primeiro projeto da série 3 Easy Pieces: uma série de performances inesperadas no espaço público em forma de escultura social que interagem com qualquer transeunte.
O Concertino Unisono de Michael Stabb utiliza todos os elementos existentes na Praça: as orquestras dos históricos cafés Florian (1720), Quadri (1775) e Lavena (1750), pombos e sinos do campanille da basílica Bizantina em uníssono.


Quantos turistas e quantos venezianos já terão visto um único maestro a dirigir as 3 orquestras? Quantas vezes as 3 orquestras se uniram? Quantas vezes os 3 cafés se uniram? Ao desconstruir o modelo turístico estabelecido, associando cafés e respetivas orquestras, as regras numa das mais bonitas praças do mundo são, por 20 minutos colocadas em standby e infringidas pelo encanto do sinete arrepiante de Michael Stabb, que nos leva ao centro da praça introduzindo o maestro à sua maestria.

 

Okwui Enwezor quis vogar uma gôndola e mostrar o mundo ao mundo pelos labirínticos canais venezianos, mas acabou por perder-se em mar alto num cargueiro sem combustível.
Uma composição sem métrica ou dentro da sua métrica, sem ser uma métrica em si. Não criou uma fórmula nova, usou compassos fortes e fracos sem atingir a fluidez de ritmo a que se propôs.
Apesar disso, e independentemente da confusão a que somos submetidos, há momentos que nos fazem querer ver melhor e entender o propósito da 56ª Exposição Internacional de Arte de Veneza.

 

 

Georgina Fernandes