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O ESTADO DA ARTE


“O que é a arte?” © Os Espacialistas


“Untitiled [ART = CAPITAL], 1980” © Staatliche Museen zu Berlin, Nationalgalerie, Marx Collection


Loja do Espacialista © Os Espacialistas


“Prato, mão, colher, moedas” © Os Espacialistas


“Nós somos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, ∞” © Os Espacialistas


Pormenor de “Untitiled [ART = CAPITAL], 1980” © Staatliche Museen zu Berlin, Nationalgalerie, Marx Collection

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Avaliar é criar – ouvi, ó criadores! São as vossas avaliações que transformam as coisas avaliadas em tesouros e jóias.

Nietzsche, in Assim Falava Zaratustra

 

1. (ARTE = CAPITAL...Ou, como é que Beuys me acontece)

(Re)comecemos, precisamente, pelo que está entre. Façamos o seguinte exercício de aquecimento da imaginação (o mesmo que dizer, de suspensão da descrença, para os mais pessimistas): Pensemos o símbolo matemático de igual enquanto dois segmentos de reta paralelos e imaginemos a possibilidade de se tornarem infinitamente extensíveis; tensionados, porque em tensão cocriativa, pelas palavras Arte e Capital. Da oposição das palavras emerge então algo para lá de preciso, na exata medida de um preciso incomputável, que é preciso dar a ver.

Se procurar, escrevendo o famoso slogan de Joseph Beuys Kunst = Kapital, traduzido em português no motor de busca do Google, usando o símbolo matemático de igual, o algoritmo conduz-me até à ARTECAPITAL, magazine de arte: Aqui mesmo, onde nos encontramos; eu e o leitor, porventura no infinito do nosso Possível – o Agora – consumado (e não consumido) pela nossa atenção ou tensão cocriativa, mais próximos de um entendimento prático da convenção matemática, na qual duas retas paralelas (aqui tensionadas cocriativamente) se encontram no infinito e, por conseguinte, também mais próximo de um entendimento prático do slogan de Beuys. A par do slogan, conceitos como escultura social, ou o predicado em cada homem um artista disputam ainda sentido; nada é, como sabemos, fixo. Por assim ser, interessa-me abordar Beuys a partir desse elo que constitui um valor que não pode ser apropriado pelo capitalismo, o “elo da arte com a vida” [1] – não confundir o que não pode ser apropriado com…o que não pode ser apropriado. A ambivalência da linguagem, da qual Beuys era consciente, é precisamente o que a torna plástica, i.e., escultórica: ver além do bem e do mal (em ressonância com Nietzsche), implica-nos criativamente no tão almejado processo de remodelação do todo social [2], de modo inclusivo e não exclusivo, como a vida.

Dia 2 de Setembro de 2021, visito a exposição Starting from Language – Joseph Beuys at 100. [3] O artista nasce a 12 de Maio de 1921, em Krefeld, na Alemanha. A exposição que esteve patente até 19 de Setembro, na Hamburger Bahnhof, em Berlim, marcou precisamente os 100 anos do seu nascimento em 2021 – Ou, arbitrariamente, e portanto poeticamente, o imperativo do seu renascimento pelo advento da Pandemia e crescente foco na catástrofe ecológica tão cara a BeuysTodavia, o seu curriculum vitae, do latim, curso de vida, ali exposto “Life course/ Work course”, e exposto pela primeira vez em Cleves, combina factos e descrições poéticas de eventos passados, nomeadamente a adoção desta última cidade, onde expôs à data, como lugar de nascimento: “1921 Cleves Exhibition of a wound drawn together with plaster”. Ao fazer coincidir o início com o fim (sendo o fim o momento presente) propõe o renascimento através da obra [4], temática dominante da sua narrativa em torno do conceito de escultura social. A sua obra – opera – em latim, que é também a sua vida enquanto força de realizar, opera cirurgicamente a sua ferida (portal do ciclo simbólico de morte e renascimento), dando a ver a vida enquanto processo de cura do todo social, de modo plástico, i.e., escultórico. 

Uma vez na exposição, detenho-me primeiramente no texto curatorial fixado na primeira parede. Logo ao início, encontro-me com o dia do meu nascimento, ainda que tenha nascido noutro ano. O seu discurso proferido dia 20 de Novembro de 1985, no Munich Kammerspiele, deu origem ao título e tema da exposição, discurso esse que se inicia uma vez mais com a ferida e com a ideia de ressurreição [5]. O texto curatorial de Starting from Language revela-nos que a exposição assim se designa pelo facto do artista considerar o poder escultórico da linguagem determinante no processo de cura e remodelação do todo social. Beuys reforça a ideia de que por mais estranho que pareça, o seu caminho artístico foi aberto pela linguagem, e não pelo chamado talento artístico [6]. Com as devidas distâncias, assim também foi para mim. Farei neste contexto referência à minha experiência de colaboração com o coletivo Os Espacialistas. Mas, para já, destaco um outro facto, quanto ao modo como Beuys me acontece, e por conseguinte, como nos acontece – a mim e ao leitor: Saio da exposição, e porque me fora reagendada uma reunião naquele instante, acedo ao meu correio eletrónico. Deparo-me com um email do diretor da ARTECAPITAL, retomando o convite que me havia feito antes da Pandemia para aqui colaborar – como porventura o leitor comigo neste momento co-labora na escultura social, sendo presente. Amavelmente, o Victor despede-se escrevendo que espera que tenha passado um bom dia, ao que lhe respondo que sim, que passei o dia com o meu amigo Beuys, por sua vez, o Victor corrige-me: “Com o nosso amigo Beuys”  – Beuys também já lhe havia acontecido. Acredito profundamente nesta intimidade sem mediações, que inscreve obras e autores nos nossos cursos de vida. É preciso, com precisão, dar a ver tais inscrições e expor estas curricula vitae não oficiais. 

2. O que é que eu tenho a ver com isto?

Para Beuys os seres humanos são criadores ímpares do corpo social, a força da linguagem (que muito naturalmente comporta uma espacialidade, i.e., a qualidade de um espaço recetivo, mas não ingenuamente passivo, por alienação) tem origem num centro, que não é um centro físico, mas esse espaço inapropriável em-cada-ser-humano. Uma vez consolidado, da sua quietude, ou centro de inércia pensando a estabilidade de um pilar, emerge então a linguagem enquanto movimento e força escultórica ligante entre pessoas. Qualquer remodelação social, entendida a partir da criatividade enquanto ciência da liberdade implica-nos num processo de autodeterminação – o contrário da expectativa de remodelação por parte do sistema legal nacional, instituições em geral, ou forças económicas. Todo o homem é artista significa, precisamente, a tomada de consciência desse poder-com, que nos liberta da servidão voluntária por alienação. Toda a criação de centros fora de si, num movimento exterior/interior, é excêntrica; torna-se consumo que significa gastar – nomeadamente recursos naturais –, diferentemente de consumar, que é completar e/ou complementar, indo ao encontro sem um fim, e assim deixar-se encontrar – o poder da linguagem é também este movimento. [7]

A questão ecológica, segundo Beuys, é igualmente resultado dessa ausência de consciência, do modo profundamente espiritual pelo qual estamos ligados, o reconhecimento da necessidade de nutrição da alma, reflexa na sua contraproposta de dar a ver a vida enquanto obra de arte, face ao materialismo capitalista vigente que não reconhece esse valor em si mesmo [8] – Ou, que o captura perfidamente por alienação, revestindo-o com a capa de mercadoria, a sua forma social mais simples, que pressupõe que o produto do nosso trabalho tenha apenas como fim o(s) mercado(s). Alguns de nós, artistas, orgulham-se da capa, não se percebendo enquanto imitações de si próprios, privados da sua força maior, e portanto consumindo e deixando-se consumir nas redes sociais (capitalismo cognitivo). A sorte grande é tão diferente da aproximação, inclusive para quem é tão pobre que a única coisa que possui é dinheiro, como alude a fotografia do prato com moedas à esquerda.

O dinheiro, não nos esqueçamos é um signo vazio. Publicar quaisquer fotografias ou textos, tornando autores mercadorias – usando portanto outras capas – por oposição, disfarçando o embaraço, não resolve o problema, nem nos recentra. Devemos, segundo Beuys, impedir tudo o que nos impeça de nos comprometermos connosco próprios. Então a vida, diz-nos o artista social, libertará o seu fruto, imaterial, a partir si mesma. Sabemos, que todos vamos morrer um dia. [9] O misterioso continuum que é a arte, no entanto, sobre-vivirá, não se deixando capturar, ancorado ao coração de homens livres, suficientemente bons impares para se tornarem bons pares. O slogan de Beuys ARTE = CAPITAL, como esclarece, implica-nos na consciencialização do elo; do entre habilidade (criatividade) e produto (antes de se tornar mercadoria) – são esses os únicos valores económicos, os produtos que realmente precisamos, em Beuys. O dinheiro não é um valor económico, como assevera entusiasticamente. [10] A força do trabalho e a própria vida conduziram-me até este lugar ARTECAPITAL, aqui e agora. Não deixa de ser a força da linguagem que nos mantém unidos, caros leitores, talvez o sinal matemático de igual apenas tenha separado as palavras ARTE e CAPITAL para nos lembrar como sempre estivemos ligados; e-ternamente. O dinheiro é muito bem-vindo, mas curvar-se-á ao entrar, quando todos formos mais bem-educados. 

Beuys reconhece cedo que a sua habilidade não seria tornar-se um especialista, na medida em que a sua tarefa seria a de empreender compreensivamente a tarefa que outros iriam ter de enfrentar. São os outros, as pessoas, que o motivam a desenvolver uma noção de escultórico que comece pelo pensar e falar, construindo termos que permitam a emergência dum sujeito cujo sentir e desejar desencadeie a manifestação de formas que lhe sejam caras. E, de um tal modo rigoroso, que essas mesmas formas se possam constituir enquanto imagens do futuro. Seria (será) preciso um húmus de termos e ideias – porventura criado também a partir da nossa morte simbólica – para que o novo emerja enquanto forma ressurreta socialmente justa. Reforçando o valor do seu trabalho, e no tocante ao tradicional conceito de arte, Beuys aponta o facto dos signos artísticos constituírem nada mais do que enigmas para as pessoas não conhecedoras de arte, não pertencentes a meios burgueses, não sendo assim possível trazer tal desenvolvimento intelectual para o seio das suas vidas – aqui reside o poder transformador e redentor da linguagem (tão dessemelhante do linguajar das redes sociais, ou de uma cultura de cancelamento). Diante deste problema, a solução para o fim dos enigmas que excluem apenas poderia (pode) estar no próprio ser humano. Juntos, ainda segundo Beuys, podemos então desenvolver um conceito social de arte, de escultura social – inclusivo –, como um recém-nascido, a partir das disciplinas tradicionais: arquitetura, pintura, escultura, música, poesia e dança. Uma criança nascida neste novo enquadramento, reconheceria não apenas a dimensão física das coisas, mas sobretudo a base espiritual da arte social: Um plano em que os seres humanos se experienciam e reconhecem enquanto seres profundamente criativos. [11]

3. O que é que eu tenho a Haver com isto? 

H é uma letra muda, mas que tudo muda: O infinito está afinal mais próximo, já estivemos mais longe de ser ressarcidos de nós próprios $. Colaboro com o coletivo Os Espacialistas num projeto chamado “Loja do Espacialista”, com lugar no CCB, durante três anos, até Maio de 2019. Sendo a minha abordagem de investigação fenomenológica – não positivista –, interessou-me compreender a dimensão performativa inerente a este modo de conhecer, que pressupõe um saber de cor, em que a linguagem emerge da perceção muda das coisas e do mundo. E, em particular, o presente como essência, onde a forma do encontro entre quem chega (o cliente) e a sensibilidade e/ou recetividade de quem ali se encontra (eu) pudesse ser geradora e/ou esculpir um valor de troca não mercantilizável (não produzido para o mercado) – pela presença. Escusado será dizer que o lucro não era um fim. Retomando Beuys, parafraseando-o novamente: dando a ver a($) vida($) a libertar o($) seu fruto($) a partir de si mesma($). (Os cifrões são uma pró-vocação, i. e., no sentido de um chamado interno, uma vez que nada há de mais misterioso e inapropriável do que o dom que cada um guarda). Tal valor imaterial coexistia com a venda dos objetos do imaginário do Coletivo. O que na maioria dos casos fazia as pessoas voltar não era os objetos, grande parte, sólidos de madeira geométricos, entre outros remissivos ao jogo e à infância, assim como fotografias do Coletivo tornadas postais; ou seja, revestidas da capa de mercadoria, mas antes, o espaço seguro cocriado. Por outro lado, no ato de brincar transacionando mercadorias, ensaiava a remodelação do pacto social, quanto ao valor abstrato das coisas – reveja-se a citação em epígrafe.

Desta consciência em Loja, ambiente tão impuro para a arte, resultava muitas vezes uma espécie de estranha temporalidade, dir-se-ia mesmo aura, em termos benjaminianos. Interessou-me passar o cliente – e literalmente através da porta – para o lado do processo criativo; na perspetiva de Beuys, em cada homem um artista. Promover, sempre que possível, o tal renascimento, através da plasticidade da linguagem, criando neologismos, deslocamentos de sentido, a partir dos objetos em estreita relação com aquilo que de imaterial as pessoas traziam consigo; elas mesmas, as suas memórias, afeções etc.. Mas também aspetos materiais, como a roupa ou a fisionomia. Tudo concorria para que o tal fruto – dir-se-ia, pelo capitalismo proibido – emergisse. Tudo servia para, como em Beuys, ampliar o conceito de arte ou simplesmente de arquitetura, pela força escultórica da linguagem, que emerge da perceção muda. Segundo Tobias Vogt, a palavra alemã begriff (o conceito, termo e noção) sempre desempenhou um papel importante para o artista social. Significa o que é espacialmente apreendido ou acolhido; i.e., o que é percecionado antes do intelecto apreender. [12] Mesmo já não sendo parte do Coletivo, sempre fui e serei espacialista; este foi também para mim um modo de expandir a noção de arquitetura; de espaço, de lugar, ou de lugar do Outro que me acontece.

Para Beuys, a sua maior realização enquanto artista é a própria ampliação do conceito de arte, nos termos aqui já mencionados, atendendo à sua dimensão espiritual [13]. Sempre que possível, sob o ardil do tão desejado poder de compra, afinal os objetos eram acessíveis a todas as bolsas, instalava-se na Loja imaterialmente um Gabinete para a Arte Direta, por analogia ao Gabinete para a Democracia Direta, criado no âmbito da Documenta V, em 1972, no qual Beuys pratica a ampliação do conceito de arte, ao invés de participar com um objeto. [14] A Loja é uma caixa negra evocativa da biblioteca de imagens de Aby Warburg, o meu trabalho era e é em grande parte constelar imagens e gestos (ou gestos enquanto imagens em gestação no todo social). Tem porém um caracter ambíguo, não é claro ser uma Loja ou uma galeria, também disso tirava proveito, para a tal hipótese de remodelação do pacto social – muitas pessoas temiam entrar, o desconhecido é tenebroso. A primeira imagem (fotografia tornada postal) no interior, retrata uma mulher idosa hospitalizada segurando um livro de Beuys, sob o título O que é a arte? – Mote de muitos inícios de conversa. Poder-se-ia agora imaginar que esta mulher acaba de recuperar de doença por Coronavírus. No meu entendimento do que pode ser expandir os limites do conceito de arte – ali tantas vezes discutido – é fundamental não começar por questionar se algo é ou não é arte ou arquitetura, mas antes como o pode ser. Não ter medo de clichés, atravessá-los; desinterditar não apenas o acesso a exposições de arte, mas tudo o que nos impede de encontrar os nossos próprios modos de acesso. Para tal, era da minha parte importante suspender o juízo (como na postura fenomenológica) de modo a que esse espaço seguro fosse criado, ali mesmo.

Um dia, sou visitada por um cliente-artista muito especial. Dário, chamemos-lhe assim ficcionalmente, uma vez que tinha apenas sete anos de idade, e estava sem qualquer adulto por perto que não eu. Após ter destruído todas as construções de blocos de madeira que outras crianças erguiam fora da Loja (disponibilizavam-se cerca de 200 cubos de madeira para tal), entra destemido. Os seus olhos brilhavam $$$ por perceber que tinha dinheiro para comprar quase tudo. A sua atenção detinha-se em todas as indicações de preço, sorria dizendo: “Eu posso”. Quando não via o preço, perguntava-me: “Quanto custa isto?” – E sempre respondia – “Eu tenho dinheiro”. O objeto mais caro, uma pequena mesa em lioz, mas que o Coletivo não tinha particular interesse em vender, foi também alvo do seu interesse, formulando a penúltima pergunta sobre preços, sugerindo estar a seguir uma qualquer escala de valor ascendente – Respondo-lhe: “250 euros”. Dário continua a sorrir, cada vez mais entusiasmado e à minha frente, em voz alta, faz contas de cabeça: “Com o dinheiro do pai…mais o dinheiro da mãe…Sim! Eu também posso!”. Havíamos já conversado um pouco fora da Loja – afinal tive de apaziguar a sua falta de popularidade entre as outras crianças, uma vez que lhes destruiu as construções, sob o argumento de que sabia fazer melhor. Ocorreu-me aquietar todos com o argumento de que o Dário tinha que destruir gloriosamente, para estimular a crescente qualidade das reconstruções entre os demais. No fundo, tratava-se de um processo cocriativo.

Quando o Dário entrou dentro da Loja, observei-o  sentada. Atrás de mim, na parede, estava a imagem de uma lemniscata (o símbolo do infinito, porém, na vertical), o mesmo que o leitor pode ver à esquerda, assim como a fotografia da mulher, e do prato com moedas, qualquer uma das fotografias, convertida em postal e fixada nas paredes negras da Loja. Dário coloca-me então a última pergunta sobre preços: “E tu, quanto custas?”. Emudecida, e diante da pergunta de ‘um milhão de dólares’, apenas rodei o postal 180º graus. A criança ficou pensativa, mas apenas por breves instantes, e responde resoluta: “Não faz mal, eu posso, venho cá todos os dias pagar um euro”.

Impressionou-me tanto a consciência do dinheiro, como a de Infinito; esta última, pelo brilho nos seus olhos; o da criança, o mesmo que emerge pela alegria da criatividade, quando encontra o canal de expressão certo. Surgiu depois em conversa, com um dos meus colegas, o conto distópico de Afonso Cruz, Vamos comprar um poeta, que imagina um tempo em que os artistas podem ser comprados, para entretenimento, portanto, sob a capa de mercadoria, enquanto animais de estimação destinados a famílias tradicionais. Um tempo, onde ao invés de “Por amor de Deus”, se diz “Por amor de Mamon” – a saber, o deus da riqueza material e cobiça, o anticristo [15]. Em nada fiquei ofendida, senti a disponibilidade do pequeno Dário em passar pela Loja todos os dias como um ternurento e firme compromisso. Vi sem dúvida a autodeterminação que Beuys exortou aos seus contemporâneos. E, lembro-me agora, de uma definição do que é ser artista da Agustina Bessa-Luís: “o artista é uma pessoa disponível para conferenciar com a eternidade”. [16].

Talvez a sorte grande (e não a aproximação) nos tenha batido à porta, temos apenas de rodar a maçaneta. Na última imagem, à esquerda, depois do puxador em forma de lemniscata (infinito ou o e-terno em Dário), e em baixo de "ART = KAPITAL", pode-se ler "Jimmi-Boyle-Days", uma vez que se trata de uma das ardósias da série "ART = KAPITAL / Jimmy-Boyle-Days". Este último, é um famoso ex-prisioneiro, cujo confinamento e a arte lhe salvou a vida. Será preciso talvez não julgar (e não julgarmo-nos) quanto ao modo como o continuum que é arte nos acontece. 

 

 

Madalena Folgado
É mestre em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa e investigadora do Centro de Investigação em Território, Arquitetura e Design; e do Laboratório de Investigação em Design e Artes.

 

 

 

 


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Notas

[1] Cf. Erika Fischer-Lichte, Estética do performativo, Lisboa, Orfeu Negro, p. 490, 491. Pensa-se aqui a experiência da obra de Beuys de modo paralelo à proposta da autora: “O reencantamento do mundo, que se concretiza no elo entre a arte e a vida”. Refiro-me às “emergências que se subtraem a toda e qualquer intencionalidade, planificação e previsão”, e simultaneamente ao modo como tudo se liga, ainda que salvaguardando as devidas distâncias, no tocante à não presença física de Beuys. Neste ponto, prossigo com o próprio Beuys e Harlan, no que concerne à “transmissão da chama”. Cf. Volker Harlan, O que é arte?, Lisboa, Orfeu Negro, 2019, p. 212, 213.
[2] Atendendo à profusão de títulos em torno da obra de Beuys e dos quais o próprio é o autor, de modo geral, os principais conceitos propostos pelo artista serão desenvolvidos no presente ensaio tomando como principal referência bibliográfica, o seguinte texto basilar da exposição que visito: Joseph Beuys, “Talking about one’s own country: Germany”, AA.VV., Starting from language, Joseph Beuys at 100, Berlin, Hatje Cantz, pp. 20-27.
[3] A exposição Starting from language (ou os diferentes aspetos da linguagem) ramificava-se nas seguintes palavras-chave: "Silence", "Sounds", "Terms", "Writing", "Secrecy" e "Speaking".
[4] Kolja Kohlhoff, "Beuys between revelation and concealment", AA.VV., Starting from language, Joseph Beuys at 100, Berlin, Hatje Cantz, p. 122.
[5] Joseph Beuys, “Talking about one’s own country: Germany”, AA.VV., Starting from language, Joseph Beuys at 100, Berlin, Hatje Cantz, p. 20. 
[6] Nina Schallenberg, “On the sculptural power of language and its limits”, AA.VV., Starting from language, Joseph Beuys at 100, Berlin, Hatje Cantz, p. 8.
[7] Cf. Joseph Beuys, Op. cit, pp. 20-27.
[8] Idem.
[9] Ibid., p. 25.
[10] Ibid., p. 24.
[11] Ibid., pp. 20, 21.
[12] Tobias Vogt “Idiosyncrasy, inversion, and Irony – Terms related do Beuys”, AA.VV., Starting from language, Joseph Beuys at 100, Berlin, Hatje Cantz, p. 95.
[13] Volker Harlan, O que é arte?, Lisboa, Orfeu Negro, 2019, p. 214, 215
[14] Joseph Beuys, Cada homem um artista, Porto, 7 Nós, 2011, p. 58, 59.
[15] Cf. Afonso Cruz, Vamos comprar um poeta, Alfragide, Caminho, 2016.
[16] Agustina Bessa-Luís, “A pedra e o relógio”, Alegria do mundo I, 1996, p. 188.